Teoria da Classe Ociosa – Thorstein Veblen (The Theory of the Leisure Class – Portugues)

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Teoria da Classe Ociosa – Thorstein Veblen (The Theory of the Leisure Class – Português)

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1899 foi o fim da Era Dourada, uma época de rápida expansão econômica nos Estados Unidos que fez com que alguns poucos se tornassem ultra-ricos, enquanto milhões de plebeus lutavam na pobreza abjeta. Foi nesse contexto que Veblen, economista e sociólogo da Universidade de Chicago, escreveu A Teoria da Classe Ociosa, um livro que trouxe a expressão “consumo conspícuo” para o vocabulário moderno. A tese de Veblen centra-se na definição do que ele chama de “classe ociosa”, a classe social alta composta por indivíduos ricos que são socialmente isentos de trabalho produtivo.

Seu trabalho, em vez disso, torna-se o que ele chama de “consumo conspícuo”: gastar sua riqueza de maneiras cada vez mais ostentosas para preservar seu status de classe. Enquanto isso, as classes baixa e média são as que realmente se engajam em trabalhos produtivos para a sociedade — manufatura e indústria — com o objetivo de, eventualmente, serem capazes de emular o status social concedido pelo consumo conspícuo de seus mestres da classe ociosa.

Ao longo do caminho, Veblen vincula esses comportamentos a restrições sociais remanescentes da sociedade feudal, argumentando que a sociedade humana contemporânea não evoluiu muito além de nossos ancestrais camponeses e senhores medievais. Nessas sociedades antigas, o trabalho produtivo passou a ser visto como desonroso e sujo; assim, o status é conquistado não pela acumulação de riqueza, mas pela exibição de evidências de riqueza. Ele argumenta que muitos dos males da sociedade que alguns considerariam estar ligados a esse conceito fundamental: por exemplo, os maus-tratos às mulheres — forçando-as a usar roupas apertadas, impedindo-as de participar da vida econômica independente — são uma maneira de seus maridos exibirem sua condição de desempregadas como uma espécie de lazer ostensivo; ou a obsessão da sociedade por esportes, celebridades e religião organizada, todas formas de lazer ostensivo que não trazem nenhum benefício produtivo à sociedade e, ao contrário, desperdiçam tempo e recursos, mas cujos praticantes — superestrelas e clérigos — mantêm um status social elevado.

Embora tenha sido escrita há mais de cem anos, quando a sociedade industrial ainda estava se consolidando, a tese de Veblen prevê grande parte da estratificação social que reconhecemos hoje. O trabalho prático continua a ser visto como basicamente degradante, enquanto as pessoas lutam em vão para perseguir um vislumbre da vasta riqueza que celebridades, investidores, banqueiros, gestores de fundos de hedge e executivos de alto escalão — a classe ociosa consumista de hoje — ostentam abertamente. Assim, “A Teoria da Classe Ociosa” pode ser considerado um dos livros mais visionários e influentes de ciências econômicas e sociais do século XX.

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