A Consolação da Filosofia – Boethius (The Consolation of Philosophy – Portugues)

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Consolação da Filosofia é a obra mais conhecida de Anicius Manlius Severinus Boethius, um estadista e estudioso romano que viveu na intersecção dos períodos clássico e medieval. Identificado pelo humanista do século XV Lorenzo Valla como “o último dos romanos e o primeiro dos escolásticos”, e por Gibbon em The History of the Decline and Fall of the Roman Empire como “o último dos romanos que Catão ou Tully poderiam ter reconhecido como seu compatriota”, Boécio nasceu em Roma por volta de 476 em uma família aristocrática, recebeu uma educação completa em grego e ascendeu rapidamente às fileiras de senador,…

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A Consolação da Filosofia – Boethius (The Consolation of Philosophy – Português)

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Consolação da Filosofia é a obra mais conhecida de Anicius Manlius Severinus Boethius, um estadista e estudioso romano que viveu na intersecção dos períodos clássico e medieval. Identificado pelo humanista do século XV Lorenzo Valla como “o último dos romanos e o primeiro dos escolásticos”, e por Gibbon em The History of the Decline and Fall of the Roman Empire como “o último dos romanos que Catão ou Tully poderiam ter reconhecido como seu compatriota”, Boécio nasceu em Roma por volta de 476 em uma família aristocrática, recebeu uma educação completa em grego e ascendeu rapidamente às fileiras de senador, mestre de ofícios e cônsul único. Ele combinou a vida pública com projetos acadêmicos, visando levar o aprendizado do grego ao mundo de língua latina por meio de suas traduções e comentários sobre os principais textos lógicos e filosóficos, especialmente os de Aristóteles.

Em 523, tendo expressado publicamente apoio a um senador que havia sido acusado de traição, Boécio foi destituído de todas as honras e exilado em Pavia, onde compôs a obra traduzida para o inglês como A Consolação da Filosofia. O próprio Boécio é um dos dois personagens principais da obra.

No início, ele está sentado na prisão compondo uma canção de lamento por sua detenção injusta, cercado pelas Musas da Poesia. A figura da Filosofia então lhe aparece, uma mulher de aparência sobrenatural que bane as Musas da cela de Boécio e inicia um diálogo com o prisioneiro.

Diagnosticando sua condição como o resultado terrível do esquecimento da natureza do universo e de si mesmo, a Filosofia pretende amenizar a angústia de Boécio voltando sua atenção para a ordem racional e o governo do universo. Para esse fim, ela o conduz por meio de dissertações sobre a natureza da fortuna, a felicidade verdadeira e falsa, o destino e a providência, e a relação entre o livre-arbítrio e a presciência divina.

Com seções alternando entre prosa e verso, A Consolação da Filosofia serve como um dos principais exemplos de composição prosimétrica da literatura ocidental. Contém um total de trinta e nove poemas — ou canções, como são chamados na tradução desta edição por H.

R. James —, levando o estudioso Joel Relihan a descrevê-lo como “o texto mais prosimétrico da antiguidade”. A forma prosimétrica está associada à tradição da sátira menipéia, na qual as pretensões à sabedoria e à autoridade são ironizadas.

O uso dessa forma geral por Boécio, bem como a variedade de gêneros literários que ele incorpora, contribui para a complexidade da interpretação da obra; até que ponto ele pretendia que os argumentos da Filosofia, e com eles a autoridade da filosofia como disciplina, fossem tomados como verdade absoluta? Relihan interpretou a obra como expressando uma rejeição da possibilidade de que a filosofia possa genuinamente proporcionar consolo a seres humanos sofredores.

Nessa perspectiva, a qualidade insatisfatória dos argumentos da Filosofia constitui uma estratégia retórica, em consonância com os compromissos cristãos não declarados do autor, para sustentar a ideia de que somente a fé no deus cristão pode proporcionar verdadeiro consolo aos quebrantados. Em contraste, o estudioso John Marenbon escreve que Boécio não rejeita as aspirações da Filosofia de consolar, “como se seu título tivesse que ser pronunciado com ênfase irônica: ‘Esse é o consolo que se obtém da filosofia!’”, mas explora os limites de seu poder de fazê-lo em um estilo levemente satírico, uma exploração que pressupõe, em vez de questionar, o real valor da disciplina. Nesse sentido, T.

F. Curley considera a forma da Consolação como sugestiva do antigo antagonismo entre poesia e filosofia, com Boécio tentando não endossar uma sobre a outra, nem rejeitar ambas em favor da cruz, mas sim reconciliá-las. A importância do cristianismo para a obra, assim como para a vida de Boécio, é contestada: seções centrais do texto dizem respeito a Deus, o “Divino” e a “Providência”, mas aparentemente apenas como representados na tradição filosófica grega; o diálogo prossegue sem jamais mencionar a fé católica da criação de Boécio ou sua aparente convicção adulta.

No entanto, a obra foi interpretada em termos totalmente cristãos na Idade Média, e quase oito séculos após sua composição, Dante se referiria a Boécio na Divina Comédia como “a alma santificada, que o mundo falacioso / Torna manifesta àquele que ouve bem”. Ao contrário dos tratados teológicos e comentários lógicos de Boécio, a Consolação foi imensamente popular por muitos séculos, frequentemente descrita como um best-seller de sua época. A popularidade da obra também é atestada em sua história de traduções, tendo sido traduzida para o inglês pelo Rei Alfredo, pela Rainha Elizabeth I e por Chaucer.

Sua popularidade diminuiu com a secularização do Ocidente, mas A Consolação da Filosofia continua sendo interessante hoje devido às questões persistentes que levanta sobre a natureza da verdadeira felicidade, a atitude correta em relação ao sofrimento, a ordem racional do universo, a relação entre poesia e filosofia e os limites da própria filosofia. Gibbon é frequentemente citado por tê-lo considerado “um volume de ouro, não indigno do ócio de Platão ou Tully”, em consonância com a avaliação mais recente do historiador HM Barrett de que “no último livro [de Boécio], há uma certa qualidade atemporal que o protegerá de ficar obsoleto”.

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Additional information

Original Title

The Consolation of Philosophy

Author

Boethius

Translated Title

A Consolação da Filosofia

Translation Language

Portugues, Portuguese

Reading Ease

62.849999999999994

Reading Time

2 hours 33 minutes

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